quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

10 anos depois dos 6

Eu tinha seis anos de idade quando, creio eu, escrevi minhas primeiras palavras, mas hoje, penso que talvez tenha desaprendido a escrever. Eu não sei até onde isso foi uma conseqüência do meu desleixo, ou até mesmo uma corrupção do ensino médio dos colégios particulares. Eu prefiro acreditar que tenha sido a segunda opção. E partindo deste pressuposto (por sinal, palavra-chave garantia de uma boa nota em uma dissertação escolar, corretores adoram um dígrafo), que eu venho aqui pra tirar as ferrugens dos meus dedos, passar álcool iodado nas juntas, e lubrificante nas sinapses.
Não é que eu não goste. Na verdade eu gosto, e muito. Demais até. E faço disso, escrever, uma forma de descarga. Sendo assim, enquanto as pessoas têm seus gurus espirituais, seus cachorros ouvintes, seus melhores amigos em coma terminal, hoje, eu tenho: as minhas palavretas.
E assim, eu pretendo com isto, banalizá-las, vulgarizá-las, fazer delas publicas, ou até mesmo pessoais mas pelo menos um pouco mais descarregadas, porque ultimamente o tanto que elas tem ficado nas preliminares, tem sido absurdo.
E geralmente, tenho o vício, costume, mania, hábito, péssimo hábito ou falta de escolha de absolutamente detestar tudo que escrevo um dia depois, ao contrário das minhas fotos. Incrível como venero o meu eu de segunda a tarde.
Eu não sei fazer parágrafos. Ou melhor, sei. Mas na verdade eu acho que eu não gosto muito de parágrafos, ou separações. Qualquer coisa que envolva distanciamentos muito longos tende a ser pouco legal.
É difícil eu me lembrar com muita clareza do começo das coisas. Das primeiras impressões, ou das primeiras imagens. Não muito claramente. Exceto as que chamam muita atenção. Portanto, eu gostaria, mas não lembro minha primeira respiração, minha primeira frase, nem ao menos a primeira palavra escrita por mim, mas, partindo do colégio pequeno, de oito alunos que eu me alfabetizei, deve ter sido algo parecido com: ‘Lavagem de dinheiro’.
Queria lembrar, mas provavelmente eu me envergonharia, como tudo que eu ejeto e deixo pra trás, mas, as vezes é melhor ficar com essa boa memória ilusória de que a primeira vez que meu lápis tocou um papel as palavras que saíram foram boas. Tão boas que eu nem pensaria em bons exemplos pra tornar isso mais claro.
Em todo caso, dessas primeiras palavras eu vou ter que me lembrar.
Não porque foram importantes, mas porque o Blogspot tem uma tecnologia de ponta chamada: arquivo.

4 comentários:

Victor Costa Lopes disse...

Essa moda vai pegar. Se vai.
Quero muito ser analfabeto que nem tu!

Anônimo disse...

porras!! tu é foda mulher!! é absurdo como eu consigo me desligar do mundo lendo as coisas q vc escreve! duranteesses poucos segundos tudo parece simples, bonito.é incrivel como cada palavra, frase se encaixa perfeitamente na próxima.. tu é foda, te odeio!

=*

.Rapahela

Heinz Ferdinand disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Heinz Ferdinand disse...

ERRATA:
http://dancingwithcrocodiles.blogspot.com/2009/02/totalmente-excelente-um-ano-de.html