domingo, 9 de agosto de 2009

Pet Shop Mundo Cão

‘Não quero medir a altura do tombo
Nem passar agosto esperando setembro, se bem me lembro
O melhor futuro este hoje escuro
O maior desejo da boca é o beijo’

Deu vontade de escrever. Tem muito tempo que eu não venho aqui, mas às vezes eu acho que eu não posso desperdiçar minha escrita pra não perder essa válvulinha tão importante pra mim que é escrever. Acho que eu disse isso num e-mail pra alguém, mas é como se escrever deixasse tudo aquilo, mas tudo mesmo, que eu ando pensando bem mais esclarecido e qualquer pessoa no mundo pudesse simplesmente entender bem direitinho e assim, bem rápido me achar a pessoa mais clara do mundo todo. É, não sei se ainda funciona assim.
Eu ando precisando praticar, essa história de fazer redação pra escola é uma grande merda. Fico pensando em parágrafos e tentando cada vez mais ser menos subjetiva, o que não deveria acontecer, não quando eu posso escrever freeamente como está acontecendo aqui (apesar do Word me reprimir um bocado quando eu vou escrevendo neologismos queridos).
Ouvir música nacional do amor sempre me dá vontade de escrever, hoje foi Zeca Baleiro, mais cedo foi Wonkavision e tem nem um mês foi Ludov. Acho tão legal o jeito com que eles vão assim escrevendo e dizendo um monte de coisas e ainda colocam sons legais por trás. Nunca consegui fazer essas coisas, até hoje me emputeço por minha mãe não ter me colocado em instrumentos, ou nada assim super supimpa quando eu ainda tinha neurônios louquinhos pra aprender alguma coisa.
Eu costumava escrever coisas divertidas, com leve ar sagazes e sobre coisas que eu nem tinha vivido, acho que agora eu vivi as coisas e perdi o ar levemente sagaz. Ou então foi a música impulsionadora de hoje. Sempre internamente reclamei da falta de verdade das pessoas que escreviam sobre coisas tão íntimas assim que nem pareciam reais e agora eu acho que ando fazendo até parecido.
O cinema do shopping perto da minha casa fechou essa semana, e eu fiquei realmente muito sentida com isso. Eu não ia lá, é claro. Era uma sala só, passava o mesmo desenho por 3 semanas e o ingresso era caro. Mas eu gostava muito de saber que aquele cinema existia. Não que o cinema do Iguatemi seja lá muito mais longe que era aquele, mas mesmo assim, não aquele era melhor. Me lembro que era o único que eu conhecia que você podia escolher lugar e vivia vazio o que deixava ele ainda melhor. Das poucas vezes que eu fui lá eu fui sozinha. Assisti Vicky Cristina Barcelona sozinha lá um dia filando aula de tarde, bom demais. Assim, tão pertinho de casa. Se bem que os oito reais só eram bem pagos nessas vezes. Agora eu me lembro também de uma vez que eu resolvi ver Dois Dias em Paris lá antes de uma aula que só começava tipo, quatro e meia. Foi muito foda! Comprei chocolate, refrigerante, bolinhos e balas caras com papel chique (butter alguma coisa) e fiquei lá sentada esperando começar. Puxei meus fones e esperei. Sabe quando você sozinhamente fica poserizando, me sentia super Amelie, queria muito que alguém tirasse uma foto de mim naquele momento, ou então começasse a me amar simplesmente porque eu estava assistindo filme sozinha antes da aula de inglês (GRANDE MERDA HAUHAUHAHA). Aí a sessão tava marcada pra tipo, duas e dez. Deu duas e meia e nada, e tinham na sala, além de mim só umas duas velhas que ficaram loucamente emputecidas porque o filme não começava. Eu estava achando ótimo! Juro. Tava de bobnelsons esperando meu filme começar, comendo, ouvindo música. Couldn’t be better. Entra-me o gerente uns minutos depois dizendo que tiveram uns problemas e iam cancelar a sessão. Mini broxei né, todo meu programa poserista Amelie foi pro espaço, tava disposta a chegar na aula dizendo que tinha ido ver filme sozinha pronta a fazer amigos e me sentir foda. Tudo bem. Sai feliz, mini frustrada, mas feliz. No final das contas acabei levando uma garota do meu inglês pra ver comigo, e lembro que a gente tava conversando uma coisa tensa quando o filme começou e eu perdi a narração do começo. E como não gostei do filme tanto assim jamais soube o que eles disseram.
Essa merda de terceiro ano já podia ter acabado há bem uns meses atrás, né, mas é foda como em tão pouco tempo eu me vejo tão diferente. Estudar é uma porra esquisita né. Nunca tinha estudado na vida, não assim, só me lembro de estudar desse jeito nos finais de ano nas iminências de pegar recuperação. O foda (de ruim) de ser terceiro ano é não ser nada e acabar pegando por difusão o problema dos outros e sofrer com medo de perder no vestibular sem nem saber se fazer cursinho é tão ruim e dramático assim. Mas parece que a atmosfera contribui pra que você simplesmente fique estressado! Sofra, morra! Tudo conspira pra isso. Eu sempre disse ‘ah, mas vestibular não é tudo na vida’, e não é, isso eu tenho certeza. Mas parece que é uma agonia que eu nem sei se é minha mesmo, que eu fico reproduzindo só pra tar na moda.
E na moda ou não, devo passar mais bem uns meses sem voltar aqui só pra que meu léxico se recupere e eu continue achando que consigo dizer metade do que eu acho que eu queria dizer.

Aos que ficam, um braço da Vênus de Milo acenando tchau!

5 comentários:

Priscilla disse...

Sempre que eu sentir saudades vou vir aqui ler um texto seu. Um de cada vez, com meses de intervalo tbm. Eu lendo me lembro de vc falando.
Adoro ser Amelie de vez em quando. Ultimamente, mais ainda...
beijocas sem baba!

Macho! sahduihass disse...

Um chá de cogumelo (ponto)
é bom vim aqui, me lembra 2008. Acho que 2008 durou coisa de 3 anos, 3 otimos anos.
Acho que no final desse ano, vou achar que 2009 durou um dia, um dia muito chato.
Ia me explicar mais, mas acho que vc me entende. uhasudhauishd
um beijos! :)

o doido da garrafa disse...

má oe, voltou. quando vi que você tinha posta, esperei uma grande verborragia apologética de esquerda.
volte a escrever textos fodas de mil e uma linhas. ;*

aprendi a ser assim com você. hahaha disse...

ACABOUU! e volte a escrever logo nessa porra. haauihauia

Eduardo Tostes disse...

o começo de dois dias em paris é a melhor parte do filme. deu mole.