sábado, 29 de março de 2008

A linha tênue da poesia.‏

sexta, 28 de março de 2008 23:17:20
De:
maria eugênia maciel oliveira (emege_d@hotmail.com)
Enviada:
Para: vivicafelton@hotmail.com

A criança pendeu sua cabecinha no ombro da mãe. Essa, por sua vez, era baixinha, tinha o rosto velho e enrugado. Sua expressão era de uma ira que a fazia xingar seus outros três filhos. Dois deles brigavam a tapa por algo que eu não entendi. O outro tinha a cara suja, o nariz ferido e um piercing na sobrancelha. Eu os vejo no terminal quase todos os dias em que volto para casa de ônibus.

Uma vez, o último garoto que aqui mencionei; fora com seus dois irmãos pedir esmola nas filas que esperavam a condução. Chegou ele primeiro, na fila em que eu estava. Observei-o bem: ele quase implorava; falava muito alto dizendo que a mãe estava com câncer.

Dei-lhe 25 centavos.

Quando saiu para pedir em outras filas, eis que surge seu irmão menorzinho, pedindo o mais alto que podia. Não citou a mãe cancerosa. Não ganhou um tostão ali.

No dia seguinte, descendo de um coletivo para pegar o mesmo de sempre, vi; sentado num dos bancos, o garoto a quem eu havia dado 25 centavos. Ele tragava um cigarro que já estava quase no fim. "Abstraído e fumando, um garoto que deve ter a idade do meu irmão médio", lamento eu.

Há quem ache uma cena condenável. Há quem ouse dizer: "Pobre no Brasil também quer 'lazer'". O fato é que seu irmão mais velho me parece abestalhado, meio louco. O seu irmão menor cresce à luz de seu exemplo e daquele. E eu, francamente, me sinto invadida por uma tristeza incomum, uma sensação híbrida de desconforto e repúdio; ao vê-los todos sendo repreendidos pela mãe de retrato senil e irado, com palavrões que nem no trânsito caótico se usa.

Fixo os olhos na criança que incrivelmente dorme no colo daquela mulher. Uma criança de uns três anos, meu Deus! Sujinha, com uma família desequilibrada pela situação em que vivem os cinco.

As cenas desse clã me lembram "Os Retirantes", de Portinari; ou uma obra Graciliana. Só que eu não consigo ver poesia no jovem louco, nos olhos vermelhos do garoto de piercing ou na mãe solteira descontrolada.

Sendo piedosa, talvez eu veja na criança que pende a cabeça e, tranqüila e imbativelmente, dorme.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Número primo entre 16 e 18.

Pra mim, sempre, o mais difícil quando decido empalavrar idéinhas, é começar. Sempre. E acho que hoje, mais uma vez. Dentro de poucas horas, o relógio vai rodar, virar pros dois zeros, e pimba, eu vou ter que mudar a resposta quando perguntarem a minha idade. Incrível como um segundo, um instantezinho mexe com tanta, tanta coisa. Ou na verdade, vai ver nem é tanta coisa assim mesmo, é só a gente que cria esse montão de paradigma e romantiza demais os aniversários. Eu pelo menos sou bastante assim. Na verdade, é porque eu gosto de pontos, de marcos, de largadas, de começos. Ajudam sempre a boas mudanças, e eu acho que é disso que eu ando precisando. De revoluções e mudanças.
Hoje eu cortei o cabelo. Achei que ia mesmo ficar muito diferente. Não ficou não. Foram 5 dedos embora, dedos com pontas ruins, mas, eu sei que hoje, eu não teria coragem de cortar muito curto, ou qualquer coisa assim, do jeito que eu queria. Mas, são apenas pontos, largadas e começos. Eu acho que eu nunca estive tão disposta a mudar como eu estou agora. Nunca tive tanta certeza do que eu preciso deixar pra trás, e nunca tive tanta convicção do que eu preciso. Acho que de uma certa forma, isso é bom. Traz rumos, e direciona. :)
Hoje, eu já tive dezesseis anos. E eles passaram. E foram muito bons, foram muito bons, e foram muito, muito, muito bons. Cada ano que passa, eu espero que se torne o melhor da minha vida, mas, na seqüência bem clichê, esse foi. E que bom que foi. E eu tenho certeza de que esse Um Com Sete vai ser ainda melhor. Chega a ser quase emblemático. Mas não é. Ou ainda não.
Quando se tem dez ou onze anos, normalmente se aspira algumas coisas. E normalmente existem algumas projeções típicas àqueles que são mais velhos que você. Eu me lembro de ter dez anos e observar as garotas de dezessete anos passando, e imaginar muito bem, tendo inclusive uma imagem clara de mim com essa idade. E devo dizer aqui, que ainda bem, que nada dela se concretizou. Quando se é criança, pessoas de dezessete anos pagam suas contas de luz, participam de orgias, dirigem seus carros e vão pra escola de sandália Havaiana. Bem, com uma pequena projeção de futuro, e 16 anos, 365 dias e 22 horas, eu devo dizer, que não faço nenhum dos itens acima. Em especial o que envolve contas e Havaianas. Orgias e luz, nunca se sabe...
Em todo caso, fazer a idade antecessora imediata da maioridade traz consigo algumas responsabilidades. As quais eu cago e ando. Entretanto, algumas das maiores responsabilidades, acredito que os dezesseis já traziam, mas que os dezessete só fazem negritar e grifar com marca-texto fluorescente.
Hoje, o cara que cortou o meu cabelo me disse coisas realmente muito legais, e outras nem tanto. Dentre elas que em março, é o meu inferno astral. O que eu até discordo um pouco, posto que, em fevereiro o inferno estava muito mais alastrado. Mas, ele me disse também, que meu ano começa amanhã, e que eu devo começar o dia pensando em coisas muito, mas muito legais. E eu acho que é isso que eu vou fazer. Na verdade, vou começar pela virada. Vou acreditar mesmo que meu ano vai começar daqui a uma hora e cinqüenta e cinco minutos, e vou fazer com que o inferno tenha sido mesmo fevereiro. E março, como não foi, continue não sendo.
É bonito ver com clareza algumas coisas. Deve ser mesmo esse período holístico. Eu sempre fui muito de acreditar. De ter fé em o que quer que seja. E eu fico nervosa mesmo, quando eu vejo que toda essa minha fé tá indo embora. E a cada dia, eu acredito em uma coisa diferente, mas eu não deixo de acreditar, vai ver seja isso que me mantenha meio viva ainda. Dizer isso em palavras até me deixa sem graça por parecer tão banal, hoje em dia, só acreditar. Mas, acreditar ainda faz bem, e, só pra fazer jus ao meu inferno astral piegas, acreditar em si mesmo faz ainda melhor. Acho que é isso que eu vou passar a fazer daqui pra frente. Não que eu não acreditasse, até acredito, mas, preciso não me subestimar tanto em alguns aspectos, e me super-subestimar em outros.
Ainda bem que tenho muitas coisas muito claras em minha cabeça, ainda bem que eu tenho o que almejar ainda.
Só preciso da coragem pra pôr em prática. BEM, aí eu acho que só quando o 22:19 virar 00:00 que isso vai acontecer.

Victória, 148942 horas de vida.

terça-feira, 25 de março de 2008

terça-feira, 11 de março de 2008

Swing de mandioca

Eu tenho certas doutrinas que por vezes atrapalham o meu convívio com o meio social. Dentre elas a não prática da modalidade olímpico-esportiva: Swing Baiano. E dentro de um órgão repressor e paliativo chamado Colégio Secundarista, sou eu, incitada, intimidade e licitada a fazê-lo. O que poderia ser seriamente visto como tirânico por bons sábios olhos. Mas que não é pelas massas. Toda a minha ausência de gingado me repele a negação do primeiro componente desta modalidade. Baiana eu sou, mas ter swing independe da palavra seguinte. Tenho certeza que brasilienses são muitas mais recheados de swing que eu, que supostamente deveria ter este talento nato. Pois na minha falta de gingado, malemolência, eu tive a atitude mais engajada e revolucionária dos meus últimos 16 anos: cabulei a aula e fiquei em casa comendo Danoninho com colher de farinha de mandioca.
Eu não sei se são as remanescências da farinha que agem como uma forma de amido no Danoninho, ou se é o formato, o que eu sei é que ele fica imensamente mais saboroso quando degustado com este talher peculiar. Acredito que seja o formato, ou a denotação proibitiva que ela traz, onde sorrateiramente tive que furtar do escorredor.

O que nos leva a concluir que:

sexta-feira, 7 de março de 2008

Não gosto de escrever poesia.

E nem de falar de morte em texto. Foi mal, Alt + F4.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Ao Grupo Coeso;

Eu acho que às vezes a gente esquece de coisas que são muito importantes, não é mesmo? Não sei esquecer é a palavra certa. Acostuma pode ser mais apropriado. Não sei, mas hoje, tentando estudar e passando as músicas ferozmente, eu vi, que dentre as quatrocentas e tantas do meu iPod, foi extremamente difícil deter minha atenção, ouvidos e concentração para os livros com qualquer uma daquelas. Música pra mim é uma espécie de descarga e aspirador fabuloso de pensamentos incoerentes. São as músicas que me fazem transitar e voltar a lugares ou momentos que eu estive, e de alguma forma, marcou a minha jornada. E é muito difícil que mesmas músicas permaneçam em minha playlist por muito tempo, tendo em vista que assim como tudo em mim, é muito efêmero e mordaz, e a música acompanha todas essas mudanças graduais.
Mas, pois bem, eis que naquele momento, procurando uma música mais genérica, de linhagem fácil, ritmo gostoso e letra absolutamente insignificante, estive em uma cilada. Porque nenhuma daquelas músicas era nova, ou virgem para mim. Aquelas músicas ali eram e são a marca fonada dos últimos tempos, e trás consigo minhas últimas experiências. Cada verso me refuta a um momento, uma pessoa, um lugar, um cheio específico e alguma sensação. Aquelas músicas são o que eu sou hoje; que é esse emaranhado de sensações distorcidas, construído a partir de um passado próximo que ainda existe e esta na sua carreira. Minhas musicas são essa nova pessoa que eu me tornei. Minhas músicas têm 7 meses. Minhas musicas estão espalhadas pelo país.
E foi aí que eu me lembrei. Ou não. Não acho que seja lembrar a palavra, até por nunca ter esquecido. Foi aí que eu pude compreender algo que eu sempre soube, mas nunca tinha me dado a chance de analisar como algum alheio.
Foram 7 meses. São 7 meses. Só. É pouco e de fora, de outro ângulo, eu diria mesmo que é pouco, e que as reações são exageradas. Mas eu não digo, porque eu tenho a absurda felicidade de fazer parte. São 7 meses. Nem nascemos ainda. E tudo começou com pouco mais de 10 dias. Tudo nasceu de um sonho. Vai ver por isso é tão lindo. Foram 30 estranhos em uma terra estranha com apenas um interesse em comum. Como se isso fosse pouca coisa. É, JK que me perdoe. Foi pouca coisa mesmo. Ou melhor, foi só um estopim de algo que ganhou asas e alçou vôo para um panorama ainda mais vasto.
Eu tenho o péssimo hábito de tentar empalavrar ou encaixar tudo que faz parte de mim em categorias posteriormente vivenciadas. E diante da imensidão do que sinto, as palavras me fogem e o sentido me escapa. E nesse caso, existe uma força arrebatadora que vêm de um núcleo forte que faz com que nossas vidas orbitem em torno dele. E uma força tão grande, tão grande que precisa explodir e extravasar da forma que for.
São as brigas, são as discussões, são as vontades instintivas de largar tudo e todos pro alto, mas, contrariar orgulho, contrariar noções previstas de amor e estima próprios. Tudo em função dessa força. Uma força tão grande que abala sistemas, vidas, e até mesmo pessoas de fora que nada tem ligação com os fatos que desencadearam tudo isso, ou sequer fazem parte dessa esfera. Ela transcende. Nada é igual. Tudo é tão novo.
E é pelas palavras me faltarem que eu acredito tanto nesse núcleo. É pensar nas adversidades gritantes. Nas diferenças estúpidas. Nas milhões de razões para 7 meses serem 1, e para que eu pudesse ouvir músicas em paz. É pensar que com a maior das adversidades. Aquela que eu me atrevo a usar letras garrafais e maiúsculas, Distância, foi feito milagres. Pensar que quanto mais distante se pode estar, mais parece que o núcleo está próximo. É reler, tudo supracitado, achar tão chavão, tão clichê, se perguntar ‘Meu Deus, onde foi parar minha acidez?’, continuar achando, deixar pra lá e seguir.
E tentamos, por muito, sem sucesso, exprimir em palavras ou gestos falhos, o que deveria estão tão claro. Até pra nós mesmo. É a busca incessante pela certeza que coloque nossos pés na realidade para que saibamos que isso é além, é mais que o sonho que a largada foi. É ter a certeza para se agarrar. É cobrar essa certeza. É se embolar e se perder na hora de dá-la a quem precisa.
É acima de tudo, a falta. A falta incessante provocada pela distância geográfica e as vezes pela distância real. É necessidade contínua e recorrente de provas para que seus olhos céticos não falem mais alto diante daquela perfeição.
Não sei se nunca na minha vida eu vou sentir algo que sequer se pareça com o isso de hoje. E eu não quero deixar de sentir. Porque foi ouvindo uma das músicas. Aquela. A primeira. Que eu me lembrei o quanto essa saudade é gostosa. É tão gostosa porque não é a saudade de algo que passou, é a saudade da presença de algo que ainda existe.
E queria deixar registrado aqui o quanto eu sou grata a essas pessoas. Por em 7 meses terem desviado por completo o rumo da minha vida. Terem me tirado do genérico, das melodias vazias, e terem me proporcionado todos os tipos e qualidades de sentidos e sensações possíveis.
Foi ver que esperar vale a pena, e que acreditar vale mais ainda. Se tornar super-herói, driblar regras, metas, problemas funcionais, tudo, tudo, só para estar junto. Como se isso não fosse pouca coisa. E nesse caso não é mesmo não. É o que basta. O que nos basta. O tanto que eu duvidei nesse percurso fez provar. Duvidar, colocar em questão também é uma força de reforçar esta certeza.
É imbatível, é inquebrável. É sofrer junto, sofrer por. É amar mais que a vida e esperar ser amado também. É sofrer por sentir falta. É tentar explicar e não conseguir.
Essa força, esse núcleo em mim, hoje, pulsa como nunca. A saudade arde mais do que todos os dias, e a vontade de estar perto só faz crescer.
É olhar pra trás e lembrar de tudo que aconteceu. Tudo que esse feto de 7 meses já viveu. A intensidade que esse pouco tempo nos trouxe.
É por vocês que eu agüento, que eu espero, que eu sofro, que eu tenho ódio, amor, vontade, carinho, fúria... Qualquer um desses sentimentos que em outros tempos eu tentaria pôr em palavras a fim de aquietar meu coração.
Mas eu não me preocupo, eu me entreguei, e meu amor está em boas mãos. Meu coração é todo de vocês.
Quem tá dentro não consegue explicar. E quem tá fora não consegue entender.
Eu amo vocês.

domingo, 2 de março de 2008

E aí, ta servido?

Quando eu tinha 7 anos, eu me lembro de ter perguntando a minha mãe o porquê de todas as músicas falarem do amor. Isso porque, aos 7 anos, eu acreditava piamente no romantismo verossímil das letras do É O Tchan. Mas então, minha mãe me respondeu com uma sinceridade que eu acho que nunca mais a vi usar na vida, na certa achando que eu viria a esquecer daquelas palavras. Ela me disse que acreditava ser porque no final das contas era em torno do amor que nossa vida girava. E é claro que com 7 anos, provavelmente, após ouvir esta resposta, fui comer meleca, ou tosar cabelo de Barbie. Mas cá estou eu, 9 anos depois me questionando e colocando à prova o sentido desta resposta.
De forma alguma minhas palavras têm por função ganharem sentido, ou até mesmo serem coerentes. Dentro do emaranhando de pensamentos e projeções, um pouco disso é lançado em conclusões de botequim, e jogadas numa folha de papel, ou nesse caso, em uma caixa de post com cores neutras e falidas.
Ao voltar a me questionar o sentido da resposta da minha mãe, eu pude me fazer algumas perguntas a fim de tirar a prova daquela sentença. Na verdade, no final, ela não poderia estar mais certa.
Depois de atingir a puberdade e passar a reparar no sexo oposto, de uma certa forma, minha vida tomou um rumo completamente diferente do que eu esperava. E na gritante maioria, eu perdi o controle. Fosse do jeito juvenil de se entregar ao amor (com gozos frenéticos ou desmaios por mãos trocadas), ou fosse no amor consciente e cheio de falhas.
O problema não está na ilusão. Não mesmo. A ilusão é ótima, eu adoro a ilusão, eu seria capaz de hospedar a ilusão no meu chalé de praia e servir biscoitos de nozes a ela! Com toda a certeza ela não é o problema. O problema todo está no que fazemos com essa ilusão, e o espaço que damos para que ela possa se expandir. Ai que está. Ilusões foram feitas para ficarem no seu campo, junto a seus amigos; os sonhos, os devaneios, e as mentiras. Somos importunados quando a ilusão resolve invadir o território da realidade e da funcionalidade de nossas vidas. Ai que devemos nos preocupar. Afinal, até semanticamente, sabemos que a ilusão é justamente aquela (in)verdade que criamos a fim de nos cegarmos, para as reais. E é por isso que eu gosto tanto da ilusão Ela é quase como a maior de todas as esperanças, e desenvolver ilusões é de longe, meu passatempo preferido (perdendo somente para deixar tapetes em simetria, mas eu acho que ai já é doença).
Mas o que eu questiono aqui não são as vantagens de se criar uma ilusão, mas sim nas conseqüências graves que ela pode trazer quando somos tomadas de assalto pela realidade. Porque, por mais infeliz que possa parecer, amiguinho, qundo menos se esperar, ela vai falar mais alto e você vai ser obrigada a matar sua antiga parceira. E nessas horas que se pode questionar as vantagens de se alimentar uma ilusão por tanto tempo em seu chalé de praia.
E não é só no campo do amor sex(ns)ual que esta trapaça se encaixa, no fraternal também, e muito. A puberdade é apenas a abertura dessas portas infelizes. E nos incomoda tanto por trazer consigo expectativas. E expectativas ilusórias que deveriam permanecer em seus devidos lugares, mas não, transitam em nossas verdades absolutas e realidades, e nos traz um dos piores de todos sentimentos : a frustração. Nos decepciona e detona na mesma velocidade com que as criamos. Maior ingratidão de todas. E os culpados não são aqueles que nos frustraram, e sim nós mesmos, que desde o princípio, sabidos de suas finalidades, nos deixamos levar.
Em todo caso, desse jeito você não poderá ficar, e de todas as infinitas possibilidade de saída, cá pra nós, eu só conheço duas. Mandar as frustrações, decepções e realidades para a puta que as pariu e colocar mais biscoitos de nozes no forno. Ou, fechar os olhos, chorar, abandonar um período muito bonito de lindos sonhos e encarar o preto-e-branco da vida real, seguindo em frente para que no futuro possa depositar suas expectativas em possibilidades plausíveis.
Bem, iluministas que me perdoem, eu gosto demais de biscoitinhos assados para deixar minha convidada comer todos sozinha. Provavelmente esta não deve ser a mais sensata das opções, mas quem faz sentido é soldado, e Maquiavel, guru, nos ensinou que mentiras ditas muitas vezes se tornam verdades absolutas. Sendo assim, ilusões pensadas inúmeras vezes viram realidades paralelas.
Não que eu esteja passando por nada disso no momento, mas a massa está congelada e as nozes descascadas, para a primeira oportunidade que aparecer. O que não deve demorar. Eu só espero que a realidade goste de biscoitinhos também. Em todo caso, se não, eu ainda tenho torradas com geléia no armário.
E aí, ta servido?